Por Ben Bestor
Nos últimos anos, vem crescendo o coro de vozes que clamam pela decolonização do auxílio, impondo a reavaliação da forma como os programas são concebidos e até da forma como são entregues. Essa avaliação – processo que consiste de analisar de forma crítica e sistemática a concepção, implementação, melhoria ou os resultados de um programa – é parte integrante de um diálogo mais amplo acerca da decolonização.
Quando se trata de avaliar um projeto ou programa, vale refletir sobre uma série de questões. O que constitui “eficácia”, de que forma ela é aferida, e quem determina isso? De quem são os valores, as prioridades e as visões de mundo que moldam a avaliação? Historicamente, foram sempre os doadores e as organizações não governamentais internacionais (ONGIs) – em outras palavras, partes externas – que determinaram o que seria avaliado, quando seria avaliado, por quem e com base em que metodologias, aceitando poucas contribuições relevantes das pessoas a serem alcançadas pelos programas em questão. Isso precisa mudar. Mas que cara terá essa mudança?