Por Fernanda Lopes
É notório que a crise climática representa riscos substanciais para a saúde, produção de alimentos, abastecimento de água, ecossistemas, energia, segurança e infraestrutura. Embora as mudanças climáticas afetem todo o planeta, uma parte da sociedade é desproporcionalmente afetada por questões sociais, econômicas, políticas, ambientais e socioculturais. Tanto a crise quanto as mudanças exacerbam as desigualdades existentes e as exclusões resultantes de histórias cruzadas de colonialismo, racismo, opressão e discriminação.
No Brasil, 82,5% da população, estimada em 212,7 milhões de pessoas pelo IBGE em 2021, reside em áreas urbanas. O espaço urbano é segregado, e nas zonas caracterizadas por moradias em condições inadequadas para habitação e escassez de serviços fundamentais de infraestrutura, a maioria da população residente é negra.