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Comemorando o mês do orgulho LGBTQIA+: quem apoia a diversidade?

Por Mica Peres

A Rede de Filantropia para a Justiça Social é integrada por treze organizações membros, fundos temáticos, comunitários e fundações comunitárias que atuam fazendo apoios em diversas áreas para organizações e coletivos da sociedade civil brasileira. Essas organizações atuam apoiando iniciativas em capitais, nos interiores, com ações emergenciais, em ajudas humanitárias. Atuam na agricultura familiar, no desenvolvimento comunitário, na educação ambiental, em questões de transporte, uso da terra, alimentação, moradia, recursos hídricos. Poderíamos passar horas descrevendo os campos onde esses apoios se fazem presentes, as linhas de trabalho que desenvolvem, mas, nesse mês, queremos marcar um aspecto chave nesse processo: os públicos envolvidos no campo da filantropia comunitária e de justiça social, isto é, as pessoas aos quais os apoios são destinados.

Segundo nosso último levantamento [1], quase que a totalidade dos membros que integram a Rede (majoritariamente compostos por mulheres) fazem apoios direcionados para mulheres. Apoiar mulheres significa, muitas vezes, garantir a subsistência delas e dos/das seus/suas filhos/as, retirá-las de situações de violência, viabilizar a geração de trabalho e renda, a sua profissionalização e a transformação de vidas.

Assim como apoiam mulheres, muitos membros apoiam também comunidades indígenas, juventudes, pessoas negras, quilombolas, imigrantes, LGBTQIA+s, e esses apoios significam a possibilidade de transformação para essas pessoas. Entender os públicos apoiados e as demandas específicas de cada grupo faz a diferença no sucesso das ações empreendidas, e é assim que trabalham os Fundos que integram a Rede.

São através de editais que os fundos viabilizam seu apoio à diversidade tais como o concurso de projetos “Direitos Humanos e Justiça Criminal” (do Fundo Brasil de Direitos Humanos) que tem como foco o apoio à iniciativas para o enfrentamento às violações de direitos humanos decorrentes do processo de encarceramento em massa no Brasil, o “Edital Mulheres em Movimento” (do Fundo ELAS+) voltado para o fortalecimento de mulheres e pessoas LBTs por meio de apoio financeiro, capacitação e acompanhamento, o “Edital Vidas Negras” (do Fundo Baobá para a Equidade Racial) voltado ao apoio de organizações que atuam no enfrentamento à violência racial, o “Edital de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher” (do Instituto Comunitário Grande Florianópolis – ICOM) que apoia financeiramente organizações e grupos que atuam na prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher, ou o “Edital LGBTQIA+ Defendendo Direitos” (do Fundo Brasil de Direitos Humanos) que fortalece movimentos, organizações, coletivos e redes que atuam na defesa de direitos da população LGBTQIA+ no Brasil.

Em números, nos últimos três anos, os membros da Rede apoiaram mais de 7,5 mil iniciativas, de forma direta – com repasse financeiro – e de forma indireta – com apoio de outros tipos de recursos. Se considerarmos as ações específicas de enfrentamento da COVID 19 que tiveram expressão significativa no cenário brasileiro, passamos de 100 mil iniciativas apoiadas nos últimos três anos, chegando a lugares mais distantes (fora das grandes capitais), à um público muito diverso e garantido direitos básicos à boa parte da população brasileira.

No mês do orgulho LGBTQIA+, a Rede de Filantropia para a Justiça Social celebra a diversidade junto às organizações membro que oferecem apoio financeiro para grupos ainda mais diversos por todo o país.

[1] A atuação das organizações membro nos anos de 2019 e 2020 (RFJS, 2021)

Mica Peres é assessora de dados, comunicação e tecnologia da Rede de Filantropia para a Justiça Social

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