Por Élida Miranda e Harley Henriques
O Fundo Positivo sempre investiu na Comunicação como eixo estratégico em sua política institucional, por entender que este tema demonstrou eficácia em diminuir ou estabilizar o crescimento da epidemia de HIV/AIDS desde a década de 90 no Brasil.
Em 2020, com a pandemia da Covid-19, o Fundo, que trabalha essencialmente com saúde, decidiu criar o projeto Comunicação Positiva ao Covid-19. O projeto ampliou e democratizou ações no campo da comunicação com a perspectiva de reduzir a propagação do novo coronavírus em territórios socioambientalmente vulnerabilizados. Por meio da sensibilização de lideranças comunitárias sobre a importância de sua atuação para a promoção e defesa de direitos, redução das desigualdades em saúde e mapeamento de problemas que surgiram ou se agravaram em decorrência da pandemia, o projeto contribuiu com o fomento do desenvolvimento de ações de incidência política junto aos gestores públicos e à sociedade de modo geral. Demonstrando assim o papel da comunicação comunitária contrapondo a fake News e o negacionismo da ciência.
Foi produzido um conjunto de ferramentas de comunicação: vinte podcasts, oitenta cards informativos e vinte lives que atingiram para além do público beneficiário das ações do Fundo Positivo. As dezenove lives, iniciadas em junho de 2020, alcançaram um público para além dos beneficiários do Fundo Positivo. As lives que foram iniciadas em junho de 2020, ocorreram em dezenove transmissões ao vivo. As lives tiveram destaque no alcance de pessoas com a comunicação sobre a Covid-19. Verifica-se que as com melhor desempenho (alcance, engajamento e visualizações) tiveram temas relevantes como: vacinas contra a Covid-19, “novo normal”: diálogos sobre a pandemia, sexualidade, vulnerabilidades sociais LGBTQI+ durante a pandemia, negacionismo, a relação entre HIV e Covid-19, Fake News durante a pandemia e o que esperar de 2021.
A partir de setembro, foi iniciada uma nova fase com o programa Comunicação Positiva Entrevista. Foram seis edições com especialistas que trataram de temas relacionados à atual pandemia. Vacinas, impacto da pandemia em idosos e impacto da pandemia em crianças, foram os temas das entrevistas com melhor desempenho.
Foram produzidos doze podcasts curtos e seis podcasts longos. É interessante observar que os dois podcasts com maior desempenho referiam-se à live sobre saúde mental e, o segundo, sobre o setembro amarelo. Esse resultado demonstrou a importância de retratar essas temáticas, principalmente em período de pandemia.
Durante o período de junho a dezembro, foram produzidos setenta e dois cards sobre os mais diversos temas relativos à pandemia de Covid-19. Os cards com melhor desempenho versaram sobre vacinas e sobre o outubro rosa.
Além disso, o time de especialistas que participou das transmissões asseguraram informações científicas e de qualidade. Neste período, contamos com pesquisadores da Fiocruz, da USP, do Hospital Emílio Ribas, do CRT DST/Aids SP, dentre outros.
A imagem Institucional do Fundo Positivo tem se consolidado cada vez mais forte junto à sociedade brasileira, por ser uma instituição referência no processo de democratização do acesso às informações qualificadas sobre saúde, promoção e defesa dos direitos humanos e por construir uma narrativa comunicacional, para além da mídia hegemônica, com informação de qualidade e baseada na ciência. Assim, o Fundo cumpre um papel de comunicar algo tão determinante para a disputa de narrativas por parte do campo progressista.
Élida Miranda – Pedagoga e pós-graduada em Políticas Públicas e Gestão em Segurança Pública pela PUC-SP. Atuante na área de direitos humanos desde a adolescência, coordenando diversos trabalhos no campo. Foi conselheira nacional de juventude por duas gestões representando o Geledés – Instituto da Mulher Negra e coordenadora do projeto de comunicação para os direitos humanos da Fundação Fundo Brasil de Direitos Humanos. Faz parte da Coordenação Executiva do Fundo Positivo e responde pela área de Coordenação de Projetos da instituição.