MOVIMENTOS SOCIAIS E FILANTROPIA NO BRASIL
Movimentos sociais desempenham um papel fundamental na defesa e promoção de direitos, contribuindo significativamente para a construção e consolidação da democracia e para a resistência contra regimes autoritários no Brasil.
Este estudo, elaborado a partir de revisão bibliográfica, entrevistas e grupos focais, explora o papel da filantropia brasileira no financiamento e apoio aos movimentos sociais, e examina estratégias de autofinanciamento desses movimentos, os desafios enfrentados e o impacto do apoio filantrópico na sua atuação.
Analisa também as diferenças nas abordagens da filantropia e destaca a necessidade de um maior envolvimento do investimento social privado para fortalecer os movimentos sociais e promover mudanças sociais e políticas significativas.

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Pontos de partida

Historicamente, os movimentos sociais exercem um papel-chave nas lutas por acesso e reconhecimento de direitos.

São atores estratégicos na construção, consolidação e defesa da democracia, dada a sua capacidade de promover mudanças relevantes no campo social e político e em ações de incidência.

No cenário atual, seguem exercendo papel estratégico na luta e na resistência. O avanço da extrema ameaça direitos e espaços conquistados historicamente e a vida de ativistas em todo o país.

No contexto da Covid-19, os movimentos sociais desempenharam um papel chave ocupando a linha de frente no enfrentamento à pandemia.

Políticas públicas consolidadas, como o Sistema Único Saúde (SUS) e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), tiveram influência direta de movimentos da sociedade civil na concepção, implementação e acompanhamento.

A ampliação do apoio financeiro a movimentos sociais é essencial para a construção de novas possibilidades de futuro, que resistam e revertam as tendências “autocratizantes” e de negação de direitos.
Considerando esse cenário, as perguntas que emergem para o desenvolvimento desta pesquisa são: como se dá o financiamento desses movimentos e coletivos no Brasil? Quais os exemplos de estratégias que desenvolvem para garantir sua atuação?

Razões para a escassez de financiamento do ISP para movimentos sociais no Brasil

Falta de confiança na sociedade civil e em movimentos sociais

Formalização como condição para apoio

Concentração de recursos em organizações formalizadas

Mensuração de impacto de movimentos sociais

(In)visibilidade no mundo digital

A (pretensa) associação à política partidária

Desconhecimento sobre a prática de movimentos sociais e o distanciamento dos territórios

O apoio a movimentos sociais como pilar para a construção de futuros

A crise democrática global e os ataques aos direitos humanos exigem uma resposta imediata e comprometida da filantropia. Se de fato interessada em apoiar esta luta, a filantropia brasileira deve reavaliar sua relação com os movimentos sociais.

A revisão das práticas de financiamento é estratégica nesse processo. A ampliação do acesso a recursos livres, plurianuais e flexíveis é uma necessidade imperativa para esses movimentos.

Investir em novos movimentos e lideranças é crucial para o futuro. Uma filantropia verdadeiramente estratégica e com visão de longo prazo compromete-se com o apoio tanto a movimentos estabelecidos, quanto aos emergentes. As transformações sociais são complexas e exigem tempo e paciência.

Ao fomentar novas lideranças e movimentos, estamos plantando as sementes para uma sociedade mais justa e equitativa no futuro.
The Comuá Network is a space that brings together thematic, community funds and community foundations, independent donor organizations (grantmakers), which mobilize resources from diverse sources to support groups, collectives, movements and civil society organizations that work in the fields of socio-environmental justice, human rights human rights and community development. Supporting civil society initiatives led by political minorities with financial resources is a key strategy for promoting and building agendas aimed at recognizing and defending rights, and therefore, strengthening Brazilian democracy. The Network seeks to strengthen its members' capacity for joint action, enhancing their role in social transformation processes, in advocacy actions, giving visibility to their actions both in the field of philanthropy and in the public sphere.