Foto: Recife – Cidade sede do CBA 2025. Créditos: esta imagem foi publicada originalmente no Flickr por A. Júnior em https-/www.flickr.com/photos/82566904@N05/8645557331. Foi revisada em 16 de abril de 2013 pelo FlickreviewR e confirmada como licenciada sob os termos da licença cc-by-2
Ao longo do mês de maio, a Rede Comuá participa de uma série de eventos nacionais e internacionais sobre filantropia e financiamento climático. Em pauta, estratégias para ampliar o acesso a recursos por soluções locais, lideradas por grupos, movimentos e organizações da sociedade civil no Brasil e no Sul Global.
A participação ativa em debates e construções de estratégias localizadas na transversalidade entre mudança climática e vulnerabilidades sociais, econômicas e ambientais enfrentadas por grupos politicamente marginalizados é parte central da estratégia de incidência da Rede Comuá. Esse compromisso tem guiado sua atuação nas últimas edições das COPs do Clima e segue presente na caminhada coletiva rumo à COP30.
13º Congresso GIFE – Fortaleza, 07 a 09 de maio
Integrantes da equipe executiva da Comuá e de organizações membro marcam presença no 13º Congresso GIFE, cujo tema é Desconcentrar poder, conhecimento e riquezas. O evento acontece em Fortaleza, no Ceará, e a Rede Comuá integrará o painel Brasil no palco climático do mundo – o que temos a aprender, a oferecer e a mobilizar.
Jonathas Azevedo, diretor-executivo da Rede, participa do debate, juntamente com Alice de Moraes Amorim Vogas (Assessoria Extraordinária para a COP30), Amanda Cruz (Instituto Perifa Sustentável), Marcio Astrini (Observatório do Clima) e Patrícia Garrido (Ethos). A mediação será feita por Sylvia Siqueira Campos (Open Society Foundations). A proposta é refletir sobre o papel das filantropias na América Latina diante das desigualdades e da concentração de poder, trazendo práticas e exemplos que apontam caminhos possíveis para o investimento social privado em tempos de crise.
Giovanni Harvey, diretor-executivo do Fundo Baobá para Equidade Racial, participa da plenária “Os próximos 30 anos do ISP e da Filantropia no país”, dedicada à questão: a filantropia está, de fato, diminuindo as desigualdades ou apenas mantendo o status quo?
Diane Pereira Sousa, do Instituto Baixada Maranhense, participa da mesa “Cenários da sustentabilidade financeira das Organizações da Sociedade Civil e os caminhos para seu fortalecimento.”
Durante o Congresso, o Fundo ELAS+ Doar para Transformar também conduzirá atividades que marcam seus 25 anos de atuação: o painel “Transformar a partir da raiz – experiências de justiça de gênero e racial na América Latina”, com Savana Brito e integrantes de organizações da sociedade civil lideradas por mulheres. Elas apresentarão como os recursos flexíveis e colaborativos potencializam transformações em seus territórios e comunidades. O painel “Mais de 25 anos tecendo filantropia por justiça social e de gênero na América Latina”, com Amália Fischer, discutirá a importância de parcerias, alianças e fomento coletivo na mobilização de recursos para fortalecer a construção de movimentos e organizações da sociedade civil que atuam pelos direitos das mulheres na América Latina. Integrantes da Aliança de Fundos de Mulheres Latino-americanas e convidadas especiais participam do painel.
Mahryan Sampaio, do FunBEA, participa da mesa “Modelos Participativos de Doação e Financiamento”, que discute práticas que descentralizam o poder e ampliam a autonomia dos territórios. Já Iracema Souza, do Fundo Agbara, integra o debate “Desconcentrar para quem? Organizações negras no centro das lutas e às margens dos recursos”, que tensiona as desigualdades no acesso ao financiamento e reforça o papel das organizações negras na redistribuição de poder e recursos.
Lideranças de quase todas as organizações membro da Comuá estarão presentes no Congresso.
Conferência Internacional sobre Adaptação Comunitária às mudanças climáticas
A Rede participa também da 19ª Conferência Internacional sobre Adaptação Comunitária às Mudanças Climáticas (CBA19), que acontece em Recife, de 12 a 16 de maio. O encontro reúne centenas de pessoas comprometidas com a construção coletiva de soluções climáticas lideradas por comunidades.
A Comuá é coorganizadora da sessão “Mecanismos financeiros alternativos para promover a inclusão e a ação ao nível comunitário”, ao lado de SouthSouthNorth (África do Sul), Simavi (Holanda) e TNC Brasil. A atividade irá explorar como organizações e comunidades vêm desenvolvendo modelos financeiros mais adaptáveis, mobilizando diferentes atores e defendendo fluxos que priorizem soluções climáticas lideradas localmente. Serão compartilhados estudos de caso e insights sobre os desafios enfrentados pelas comunidades para acessar financiamento climático e sobre caminhos possíveis para torná-lo mais justo e eficaz. Gugo Siqueira, da assessoria de programas da Comuá, e Cláudia Gibeli, do Fundo Casa Socioambiental, compõem a sessão.
Instituto Procomum, FunBEA, Casa Fluminense e Instituto Baixada promovem a sessão “Aliança territorial: entre territórios e comunidades, construindo uma nova filantropia”, um painel de apresentação da Aliança Territorial composto por um coletivo de sete organizações da Rede Comuá que atuam na filantropia de base e comunitária. A proposta é debater os desafios e caminhos para fortalecer uma filantropia verdadeiramente comprometida com os territórios e suas lutas.
O Instituto Baixada também participa da sessão “Ferramentas participativas, metodologias, tecnologias e inovações para adaptação”, ao lado das organizações Pão para o Mundo (Brot für die Welt), JUSCLI, Corporación Reserva Natural Buena Vista, Associação de Produtores Agroecológicos -Agrosolidaria Florencia e Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES). A atividade abordará diferentes ferramentas e inovações desenvolvidas com comunidades para promover uma adaptação inclusiva, transformadora e centrada nos territórios.
O Fundo Casa Socioambiental estará à frente da sessão “Adaptação Climática na Linha de Frente: Financiamento para Resiliência no Combate a Incêndios Florestais”. A sessão parte da experiência do Fundo Casa no apoio a grupos de base com soluções inovadoras e convida à reflexão sobre como o financiamento estratégico pode fortalecer a resiliência de comunidades que enfrentam os impactos crescentes dos incêndios florestais. A discussão abordará formas de canalizar recursos de maneira justa e eficaz para apoiar ações locais de prevenção, resposta e adaptação às mudanças climáticas.
F20 Climate Solutions Forum – 27 e 28 de maio, Cidade do Cabo (África do Sul)
Nos dias 27 e 28 de maio, a Rede Comuá participa do F20 Climate Solutions Forum, que acontece na Cidade do Cabo, África do Sul. Com o tema “Confiança, Transição, Transformação: Construindo Relações para a Solidariedade Climática“. O evento reúne líderes climáticos, fundações, organizações filantrópicas e inovadores de todo o mundo
A Comuá será responsável pela facilitação do painel “Oportunidades e Desafios em Arranjos Institucionais para o Financiamento Direto e Flexível de Soluções Climáticas Lideradas Localmente”. A atividade tem como foco discutir mecanismos financeiros inovadores que fortaleçam a resiliência climática e garantam o acesso direto de comunidades indígenas, tradicionais e locais aos recursos. O debate abordará também a importância da preservação dos biomas do Sul Global e o papel de diferentes atores, como instituições financeiras, filantropia corporativa e fundos comunitários, na construção de modelos de financiamento climático mais acessíveis, justos e eficazes.
Participam da sessão Jonathas Azevedo (Rede Comuá), Georgia Nicolau (Instituto Procomum), Kudzayi Ngwerume (UMI Fund) e Lisa Chamberlain (Environmental Justice Fund / Alianza Socioambiental Fondos del Sur).
II Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza – 26 e 27 de maio, Rio de Janeiro
A Comuá também acompanhará de perto os debates do II Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza, que acontece nos dias 26 e 27 de maio, no Rio de Janeiro. O evento, que tem entre seus organizadores o Instituto Clima e Sociedade (iCS), membro da Rede Comuá, visa fomentar uma reflexão estratégica sobre o papel da arquitetura financeira global na construção de um modelo de desenvolvimento justo, inclusivo e alinhado aos compromissos climáticos, à preservação da natureza e à prosperidade coletiva.
A programação do Fórum abordará caminhos para mobilizar recursos financeiros em escala, com foco em áreas essenciais como transição energética, conservação de florestas e segurança alimentar, pilares de uma economia regenerativa e positiva para as pessoas, os territórios e o planeta.
A Filantropia Comunitária como uma Força Radical
No dia 13 de maio, Yasmin Morais, da assessoria de programas da Rede Comuá, participa do webinário internacional promovido pela Alliance Magazine: “Reconstruindo o Poder: A Filantropia Comunitária como uma Força Radical além da Ajuda Humanitária”. Uma conversa sobre a resiliência da sociedade civil através da filantropia comunitária, centrando o poder de base, redistribuindo recursos e desafiando a lógica da filantropia convencional.
Já no dia 14 de maio, Jonathas Azevedo, diretor-executivo da Comuá, integra a mesa “Um Mundo de Mudanças: Histórias Globais de Doação Coletiva”, no We Give Summit — conferência internacional promovida pelo Philanthropy Together. A sessão reunirá lideranças globais que compartilharão experiências sobre como a doação coletiva tem respondido a desafios locais únicos.
No dia 15 de maio, Jonathas e Yasmin cofacilitam uma roda de conversa sobre filantropia colaborativa na América Latina, aprofundando reflexões sobre práticas que fortalecem alianças, lideranças locais e formas mais democráticas de financiamento.
A programação do II Fórum explorará caminhos para mobilizar recursos financeiros em escala, impulsionando a transição energética, a conservação de florestas, a segurança alimentar e outras frentes essenciais para uma economia mais positiva para as pessoas, os negócios e a natureza.
