Sete organizações membros da Comuá que fundam a iniciativa realizaram primeiro encontro em Santos, na sede do Instituto Procomum
Nos dias 4, 5 e 6 de setembro, representantes da Casa Fluminense (RJ), do Fundo Brasileiro de Educação Ambiental – FunBEA (SP), do Instituto Comunitário Grande Florianópolis (SC), do Instituto Comunitário Baixada Maranhense (MA), do Instituto Procomum (SP), da Redes da Maré (RJ), e da Tabôa Fortalecimento Comunitário (BA) se reuniram em Santos, São Paulo, para realizar a primeiro encontro da Aliança Territorial para planejar o futuro com foco na filantropia comunitária e territorial. O encontro contou com o apoio da Rede Comuá, integrando as ações do calendário do Mês da Filantropia que Transforma, e serviu a criação do plano de ação para 2024 e definição de resultados esperados até 2026, com a facilitação de Luciana Martinelli e Bruna Mattos, da consultoria Dialógica – Desenvolvimento Humano e Institucional.
O sonho coletivo que moveu as nossas organizações até Santos nasce de uma semente plantada dentro de uma Comunidade de Práticas da Comuá, entre ICOM, FunBEA e Tabôa para diálogo e aprendizagem coletiva sobre a estruturação e a gestão de fundos de desenvolvimento territorial, a partir das colheitas realizadas em seus diferentes contextos. Foi a partir desse terreno fértil de reflexões e possibilidades que brotaram conexões com outras quatro organizações membro da rede – Casa Fluminense, Instituto Baixada, Instituto Procomum e Redes da Maré, que também se reconhecem como organizações de base territorial.
Os dois primeiros dias do encontro foram dedicados para ajustar as velas das embarcações a fim de fluírem com os mesmos ventos. Cada uma pode apresentar o quê tem realizado com o seu território, firmar acordos e escutar a colheita de impressões de parceiros do ecossistema da filantropia sobre a ideia da Aliança Territorial, o que proporcionou o entendimento das forças, desafios, contextos e conexões possíveis para o início da nossa jornada coletiva. No terceiro e último dia do encontro, foi dado início a prática dos intercâmbios entre as redes das organizações, uma das estratégias previstas no escopo da iniciativa. O Instituto Procomum pensou a programação de modo que as organizações pudessem se inspirar e trocar com os grupos de trabalho do LAB Procomum, empreendedoras e lideranças comunitárias santistas.
Legenda: Calu Narcizo do GT Inglês do Zero, Omo Alamoju, mestre do grupo Afroketu, e a chef Luana Camargo, da Quitutes da Lua compartilharam os projetos vêm desenvolvendo com apoio do Procomum / crédito: @negueba.ph @_oiipaulo @foco.dgr
Desde as dinâmicas de corpo, as rodas de debate e até a escolha do IP como primeiro pouso da Aliança Territorial, nos ajudaram a dar forma a nova identidade comum e coletiva. Foram três dias olhando para dentro, buscando aprender uns com os outros e construindo laços de confiança, um exercício coletivo que é marca da nossa prática de filantropia comunitária territorial no dia a dia. E foi assim que identificamos a atuação presente no território como o nosso vínculo, a diversidade de contextos, saberes e fazeres de nossas organizações e dos territórios como a nossa potência, e o fortalecimento do protagonismo comunitário como o nosso horizonte.
Neste setembro da Filantropia Que Transforma, a Aliança Territorial, então, ganha vida, com o propósito de evidenciar as especificidades da filantropia feita com e a partir dos territórios, fortalecendo as comunidades como protagonistas de soluções para os desafios vivenciados em seus cotidianos e impulsionando a construção de maior justiça socioambiental e cultural nos territórios.
Construir a Aliança Territorial traz o fortalecimento do trabalho conjunto para o desenvolvimento do território no qual atuamos. Só em 2022, os membros da Aliança Territorial doaram 2 milhões em recursos financeiros para doações diretas, apoiaram mais de 750 lideranças e 422 organizações, lideranças e grupos sociais em 136 municípios brasileiros. Para os próximos três anos, a Aliança tem como horizonte estabelecer um novo modelo de atuação coletiva, aumentar as trocas entre a rede para que consigam implantar e disseminar tecnologias sociais, implementar um modelo de governança compartilhado e pautar a prioridade do investimento em filantropia territorial.
Legenda da capa: A primeira foto coletiva da Aliança Territorial em nossa imersão de planejamento durante o Mês da Filantropia Que Transforma / crédito: @negueba.ph @_oiipaulo @foco.dgr