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Percepções sobre Filantropia

Por Mariana de Assis

Filantropia, Justiça Social, Filantropia Decolonial, Direitos Humanos, Democracia. O Seminário de 10 anos da Rede de Filantropia para Justiça Social – agora intitulada como Rede Comuá – nos mergulhou nessas temáticas e, em dois dias, reuniu em um único ambiente as referências do sistema filantrópico nacional e internacional. Eu estava lá.

Engraçado observar que quando iniciei minha atuação profissional no campo social há anos atrás, a noção de filantropia era assistencialista, de caridade. A evolução nas conversas, e os momentos políticos culturais, provocam bem-vindos questionamentos e reflexões sobre a ressignificação do conceito.

Ao escutar os debates, percebo com entusiasmo um movimento portador de uma configuração que percebe o complexo fluxo que faz a filantropia ser o que ela é. Isso porque, na minha visão, filantropia só faz sentido se for compreendida como um processo, que acontece somente no plural, e pertence a um território. Vou explicar:

Processo porque é uma constante, tem a ver com desenvolvimento, com caminhar para a frente, avanço. Ele recebe um conjunto de entradas (soluções para resolver os mais complexos problemas sociais do Brasil), processa (testa, experimenta, verifica se aquela doação de fato melhorou ou sanou o desafio ali existente), e resulta num conjunto de saídas, que na verdade deve ser uma só (diminuir as desigualdades raciais e sociais no Brasil).

Plural porque tem a ver com coletividade, democracia, diversidade, sinergia de saberes, respeito com os diferentes, porque permite um olhar que ultrapasse nossa ignorância experimentando uma interdependência social que não perca sua essência: o ser humano. A pandemia só provou isso.

Território porque tem a ver com pertencimento, com aproximação, com experiência, tem a ver com questões culturais, sociais e espirituais, relacionadas ao espaço afetivo que caracteriza a identidade daquele grupo e valoriza seus ativos. Para além do “ter”, tem a ver com o “ser”, porque parte de um projeto transformista de dentro para fora e não reformista de fora para dentro.

E é aí que a coisa fica interessante, porque os fenômenos que têm compromisso com essa filantropia vivida, se sustentam com atores importantes em seu desenvolvimento: as Fundações Comunitárias.

O ICOM – Instituto Comunitário Grande Florianópolis é uma das poucas Fundações Comunitárias no Brasil, sendo a única da região Sul do País. Por aqui, respiramos Filantropia e nos nutrimos dela todos os dias.

Se você também acredita nestas ideias, vamos juntas e juntos?


Mariana de Assis é Guardiã das Relações com a Sociedade Civil Organizada do Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICOM). Também é bolsista do programa Saberes da Rede Comuá.
*Texto originalmente publicado no site da revista digital Alliance em inglês: https://www.alliancemagazine.org/blog/perceptions-on-philanthropy/

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