Foto: C20 Brasil
A Rede Comuá e as organizações membro têm participado ativamente das atividades da iniciativa C20, plataforma oficial para que organizações da sociedade civil e movimentos sociais em todo o mundo expressem as aspirações das pessoas para os líderes mundiais do G20, principal fórum de cooperação econômica internacional. O Brasil ocupa atualmente a presidência do Grupo e hospedará a Cúpula do G20 em novembro, na cidade do Rio de Janeiro.
Oficializada em 2013, a iniciativa C20 busca garantir que líderes mundiais escutem as recomendações e demandas da sociedade civil organizada, buscando proteger o meio ambiente, promovendo desenvolvimento social e econômico e direitos humanos. O princípio é “não deixar ninguém para trás”.
Desta forma, o grupo almeja garantir maior equilíbrio no diálogo com o G20. Abriga organizações dedicadas ao desenvolvimento de soluções inovadoras, sendo um importante contribuinte, de longo prazo, tanto na Trilha de Sherpas quanto na Trilha de Finanças.
O C20 está estruturado em dez grupos de trabalho, que representam pautas estratégicas e prioridades, e a Rede Comuá está engajada em três deles: Meio ambiente, justiça climática e transição energética justa; Direitos das mulheres e igualdade de gênero; e Filantropia e desenvolvimento sustentável.
A participação está alinhada com as estratégias e objetivos do Programa de Incidência da Comuá. Os grupos tratam de temas interseccionais e transversais à promoção de pautas no campo de defesa dos direitos humanos, da justiça socioambiental e do desenvolvimento comunitário. Nossas contribuições com os grupos se dão a partir da intersecção dos eixos temáticos filantropia, sociedade civil, justiça socioambiental e democracia.
A equipe executiva da Rede Comuá foi também convidada pelo Wings para integrar o grupo coordenador do GT Filantropia e Desenvolvimento Sustentável. Nesse âmbito são discutidas as estratégias centrais e as metodologias para o envolvimento e participação das organizações da sociedade civil que aderiram a esse grupo. As principais estratégias definidas pelos co-chairs (WINGS, GIFE e IIED) para a proposição de ações contemplam os seguintes eixos de discussão: 1- Desafiando as estruturas das desigualdades econômicas, climáticas e sociais 2- Fortalecendo a eficácia das políticas públicas 3- Promover espaços cívicos mais fortes 4- Permitir um ambiente para que as filantropias se desenvolvam e alcancem impacto.
Se bem os eixos propostos apontam para a construção de uma agenda inovadora e transformadora, acreditamos que essas linhas de atuação representam um grande desafio para o Brasil e para a Região, porque de fato a atuação da maior parte das organizações que integram a filantropia local tradicional (como institutos e fundações empresariais e familiares), tirando algumas exceções, está afastada e descolada dessas frentes de atuação no que diz respeito ao financiamento de iniciativas da sociedade civil. Em linhas gerais, trata-se de uma filantropia pouco doadora, e os escassos recursos são maioritariamente voltados à educação e à qualificação profissional. Embora possamos entender que trata-se de uma agenda de incidência, ela será eficaz e efetiva sempre que esteja efetivamente relacionada às agendas reais e ações concretas das organizações da filantropia.