Seja muito bem-vinda/e/o à Rede Comuá!

Setembro: Mês da Filantropia que Transforma

Um movimento diverso e múltiplo que busca dar visibilidade às agendas e práticas da filantropia comunitária e de justiça social no Brasil

Por Graciela Hopstein

No mês de setembro de 2022, a Rede Comuá organizou o Seminário Filantropia, Justiça Social, Sociedade Civil e Democracia em comemoração aos 10 anos da sua atuação. Nesse contexto, a Rede conseguiu mobilizar 220 participantes, que estiveram presentes em São Paulo ao longo dos dois dias de debates, 360 pessoas online, 110 organizações, 50 palestrantes, além de 35 apoiadores institucionais e 6 financiadores que apoiaram diretamente o evento.

Em 21 horas de atividades, a Comuá, seus associados e parceiros conseguiram debater e refletir em torno de uma diversidade de temas como filantropia decolonial, confiança e novos arranjos, mirando em horizontes que se traduzem em mudar as relações de poder e fomentar iniciativas voltadas para a construção de uma sociedade menos desigual (no que diz respeito ao acesso a direitos) e reconhecimento das minorias políticas.

Público durante Seminário realizado pela Rede Comuá em setembro de 2022

Considerando o sucesso alcançado no seminário, e buscando dar continuidade à potência dos debates travados em 2022, a Rede Comuá promoverá, a partir do ano 2023 no mês de setembro, o Mês da Filantropia que Transforma, concebido como um espaço fixo no calendário da filantropia nacional (da mesma forma em que acontece o Mês da Filantropia Negra, no mês de agosto). A partir do desenvolvimento de um conjunto diversificado de debates e reflexões, este evento tem a finalidade de dar visibilidade às iniciativas, ações, práticas, experiências e conhecimentos que impulsionam as agendas de filantropia comunitária e de justiça social no Brasil.

O Mês da Filantropia que Transforma chega como um movimento, como uma onda que envolve diversos atores e dinâmicas. Para isso, serão mobilizados fundos independentes e comunitários, fundações privadas, financiadores, redes, associações nacionais e internacionais e atores da sociedade civil, comprometidos com essas agendas, mostrando a sua potência na promoção de ações estruturantes de mudança através de doações que impulsionam a transformação social no campo de acesso a direitos e no fortalecimento da democracia brasileira.

A programação contemplará o desenvolvimento de diversas atividades em múltiplos formatos (de forma presencial e online) como debates, rodas de conversa, lançamento de publicações, manifestações culturais, que poderão ser promovidas em diversos locais do país: territórios, comunidades, cidades, biomas, onde atuam as organizações envolvidas, junto aos públicos participantes.

Dessa forma, a programação visa promover e sensibilizar o ecossistema filantrópico e a sociedade brasileira para os problemas e desafios vinculados ao desenvolvimento comunitário, às desigualdades de acesso à direitos e às violações de direitos humanos, reconhecendo o papel da filantropia como um ator capaz de contribuir para a criação de soluções e para o impulsionamento de mudanças sistémicas.

A Rede Comuá trabalhará na mobilização de atores e na coordenação das atividades propostas pelos diversos atores, isto é, na reunião das diversas iniciativas numa programação coletiva, facilitando a sua divulgação, mas também contando com a colaboração de todos os parceiros envolvidos. Queremos agir coletivamente, e para isso é preciso atuar de forma articulada e em rede, mostrando o impacto das agendas e ações no campo para dar visibilidade à mudança sistêmica que buscamos.

Certamente, o movimento que a Rede Comuá procura instalar com o Mês da Filantropia que Transforma está alinhado ao #ShiftThePower, já que adota uma perspectiva de longo prazo na promoção de transformações: “queremos um futuro que seja negociado, participativo e que seja amplamente apropriado pelas pessoas. Um futuro que seja desenvolvido por meio de valores e processos baseados na generosidade de um movimento, ao invés de no sucesso ou fracasso de uma instituição em relação a outras.”[MR1] [1]

Ampliar as vozes, os modos de ver, de se desenvolver, rejeitando a perspectiva colonial, é um movimento que vem se plasmando e ampliando em várias partes do mundo. E cada vez mais em rede. É chegada a hora da filantropia brasileira se integrar de modo contundente a esse quadro e contribuir, cada vez mais, para contribuir com a real transformação social a partir do fortalecimento da sociedade civil, entendida como uma ação estratégica para consolidar a democracia no país.

A partir destas ideias iniciais enfatizamos, mais uma vez, que o Mês da Filantropia que Transforma busca não apenas mobilizar múltiplos atores e agendas diversificadas no campo da filantropia, mas promover um autêntico movimento plural, uma ação coletiva que tenha a capacidade de traçar novos trajetos, de construir novos tempos e espaços, contribuindo para instalar um autêntico movimento de ruptura e transformação.


[1] Manifesto for Change https://shiftthepower.org/more-than-a-hashtag/manifesto-for-change/ Tradução livre para o português.
Graciela Hopstein é diretora executiva da Rede Comuá.

CONTINUE LENDO

Procomum -45
Nasce a Aliança Territorial...
26 de setembro de 2023
capa do blog
Pesquisa Doação Brasil 2022...
13 de setembro de 2023
capa do blog (3)
Comuá lança mapeamento de o...
12 de setembro de 2023
capa do blog (4)
Dia do Cerrado: como a fila...
12 de setembro de 2023
Carregando mais matérias....Aguarde!