
Saberes 2025: Financiamento de Soluções Climáticas Locais
Rede Comuá lança a terceira turma do Programa Saberes, com sete participantes e propostas focadas no Financiamento de Soluções Climáticas Locais
Rede Comuá lança a terceira turma do Programa Saberes, com sete participantes e propostas focadas no Financiamento de Soluções Climáticas Locais
No mundo contemporâneo, onde as necessidades sociais são crescentes e os recursos nem sempre chegam às comunidades que mais precisam, surgem iniciativas que resgatam a essência da solidariedade e promovem a participação dos próprios moradores. A filantropia comunitária é uma dessas iniciativas, caracterizada por um senso de responsabilidade compartilhada, em que a comunidade se torna protagonista na busca por soluções para seus próprios desafios. Esse modelo de atuação vai além da caridade, pois envolve um compromisso coletivo de transformar realidades locais e fortalecer o bem-estar de todos os envolvidos. Em vez de depender exclusivamente de grandes doações externas, a filantropia comunitária se fortalece pela participação dos moradores e atores locais, construindo um senso de pertencimento e autonomia, para que a própria comunidade identifique e responda às suas necessidades. Essa abordagem, que remete a práticas ancestrais de apoio mútuo e ajuda coletiva, não apenas incentiva o engajamento e as doações, mas também amplia o impacto das ações voltadas para o bem viver dentro dos territórios.
Na Global Trans Conference, realizada em julho deste ano em Munique, os movimentos trans e de diversidade de gênero falaram dos seus papéis essenciais na luta contra a erosão da democracia em nível mundial. A disponibilização de financiamento básico, flexível e baseado em confiança a essas organizações é fundamental para fortalecer os direitos de todos à pluralidade e à autodeterminação da identidade de gênero.
No Brasil, a auto-organização das mulheres negras é um raio de esperança e resiliência em meio a uma história de desigualdades sistêmicas. Essas mulheres, muitas vezes marginalizadas e negligenciadas, estão à frente do trabalho de enfrentamento dos desafios urgentes da violência econômica, exclusão social e insegurança alimentar nas suas comunidades. No entanto, apesar de suas contribuições vitais, elas continuam em grande parte à margem dos recursos e das oportunidades necessárias para promover uma mudança verdadeira.
Em janeiro deste ano, testemunhei a realização da primeira edição da Marsha Nacional pela Visibilidade Trans, realizada em Brasília. Organizações como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT) se uniram e organizaram uma intervenção política e cultural, que foi memorável para muitas(os). A tônica durante todo o evento, da concentração às falas finais, giraram em torno do quão importante é reconhecer que não há democratização sem o reconhecimento do direito à identidade de gênero. Diante de discursos no Brasil e mundo afora que alocam “direitos trans” e “democracia” como pólos distintos, a Marsha Nacional nos ensinou que apoiar os direitos de travestis e transexuais é essencial em um momento histórico em que as democracias de todo o mundo se veem diante do crescimento do autoritarismo.
Durante minha pesquisa para o Programa Saberes 2024, observei 11 ONGs do Nordeste e 10 do Norte, em sua maioria pequenas, que enfrentam grandes dificuldades para captar recursos, especialmente através da Lei Federal de Incentivo ao Esporte (LIE). A distribuição dos recursos incentivados está consideravelmente concentrada na região Sudeste. Para ilustrar, dos mais de 1.700 proponentes únicos que acessaram a LIE entre 2014 e 2023, 86% estão localizados nas regiões Sudeste e Sul (Painel de Transparência da LIE).
O Programa Saberes, da Rede Comuá, abre inscrições para propostas de pesquisa no campo da filantropia comunitária e de justiça ambiental, com foco no financiamento de Soluções Climáticas Locais, de 30/10 a 24/11/2024.
A campanha comunitária Doa Tubarão, que arrecadou R$ 20 mil em doações livres em 2023, é um exemplo de filantropia comunitária. Sob a coordenação do Fórum das Entidades, um coletivo que reúne 25 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) da Cidade de Tubarão, estado de Santa Catarina, o projeto é movido por uma dinâmica de tomadas de decisões coletivas, onde a colaboração entre as partes é essencial para o sucesso da iniciativa.
Esse artigo é produto da minha pesquisa “Axé para quem é de axé”: o papel da filantropia para justiça social, fortalecimento dos povos de terreiro e combate ao racismo religioso, do Programa Saberes, da Rede Comuá, na qual busco sistematizar a experiência do apoio institucional realizado a estes grupos através do Edital “Enfrentando o racismo a partir da base”, do Fundo Brasil de Direitos Humanos, onde tenho desempenhado o trabalho como assessora de projetos.
No mês da filantropia que transforma, a Rede Comuá lançou na última quinta (12/09) um estudo que tem o propósito de apresentar uma análise abrangente da atuação climática dos fundos comunitários do Brasil no apoio à iniciativas que contribuem para a implementação de Soluções Climáticas Locais (SCLs). Parte importante desta publicação é trazer luz a algo que está no DNA e missão da Iniciativa PIPA: as soluções para os mais complexos problemas sociais e ambientais também repousam sobre as mãos de nossas comunidades e organizações.
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